MONITORAMENTO FAUNÍSTICO E DETECÇÃO DO DNA DE Leishmania amazonensis DE FLEBOTOMÍNEOS EM UMA ÁREA ENDÊMICA DE LEISHMANIOSES NO INTERIOR DO MARANHÃO
Inquérito entomológico, infecção, leishmanioses, insetos vetores
Um maior conhecimento da distribuição de flebotomíneos (Diptera, Psychodidae) e estudos de infecção pode melhorar a compreensão dos ciclos de transmissão das leishmanioses. O objetivo deste estudo foi pesquisar a fauna de flebotomíneos e detectar DNA de Leishmania em áreas rural e urbana em Caxias, Maranhão, região Nordeste do Brasil. Os insetos foram capturados no peridomicílio e intradomicílio usando armadilhas luminosas CDC, de julho de 2019 a março de 2020. O DNA de Leishmania foi detectado a partir de 123 insetos fêmeas visando o gene ITS1. O sequenciamento de DNA foi usado para identificar espécies de Leishmania. Foi coletado um total de 2.244 flebotomíneos de 14 espécies. O vetor Lu. longipalpis (89,8%) foi mais abundante na área urbana e Ny. whitmani (35,2%) na área rural. Tanto a abundância (86,3%) como diversidade de espécies (11/14) foi maior na área rural. No período chuvoso de ambas as áreas, coletouse mais espécimes, que apresentou correlação com a precipitação. Amostras de 62 fêmeas amplificaram o gene ITS1, cujo sequenciamento determinou que 60 eram semelhantes à sequência depositada no GenBank para Leishmania amazonensis. A abundância do vetor permissivo Lu. longipalpis e a detecção de somente DNA de Le. amazonensis nos flebotomíneos, sugere que este parasito pode estar dominando a região de Caxias, onde casos de leishmaniose visceral são mais notificados do que leishmaniose tegumentar na área urbana, o que sugere processo de modificação na transmissão vetorial dos parasitos dessas doenças na área. Porém estudos moleculares também em cães e amostras de pacientes da região poderá responder melhor essa questão.