DIAGNÓSTICO MOLECULAR DO VÍRUS DA DENGUE E VARIABILIDADE GENÉTICA DO Aedes aegypti (LINNAEUS, 1762)
Biodiversidade, sorotipos, análise filogenética.
A dengue é uma doença viral transmitida por mosquitos, especialmente Aedes aegypti, que mostra uma ampla ocorrência, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais do mundo. O presente estudo objetiva fornecer o diagnóstico molecular do vírus da dengue quanto aos seus sorotipos nas populações do município de Caxias/MA e estimar a variabilidade genética do vetor da dengue, A. aegypti, em municípios do Piauí e Maranhão com base em sequências do gene NADH4 do genoma mitocondrial. Para o ano de 2018, a Vigilância Epidemiológica notificou 22 casos suspeitos de dengue para as unidades de atenção básica a saúde no município de Caxias/MA, mas o teste de sorologia confirmou apenas três casos positivos para o vírus da dengue. Para 13 amostras sanguíneas deste município submetidas a extração de RNA viral e a ensaios de PCR o diagnóstico foi negativo para a presença do vírus. Em 2019, obteve-se 25 amostras suspeitas de dengue da Unidade de Pronto Atendimento de Caxias/MA, estas foram submetidas a ensaios de PCR, três foram positivas, sendo duas para DENV-4 e uma para DENV-2. Quanto a variabilidade genética de A. aegypti foram analisadas haplótipos tanto do Piauí quanto do Maranhão. Para o Piauí foram analisadas sete populações a partir de 68 sequências com 336pb do gene NDH4. Obteve-se 15 haplótipos, 13 sítios informativos, һ = 0,7629 e π = 0,01653. A AMOVA indicou que a maior variação ocorreu dentro das populações (64,54%-FST = 0.35456) com P significativo (p > 0.05). 15 haplótipos de ocorrência no Piauí foram adicionados aos haplótipos do estado do Maranhão envolvendo 15 municípios obteve-se 26 haplótipos, no entanto apenas três foram compartilhados entre populações do Piauí e Maranhão, sendo estes H1, H2 e H3. As análises filogenéticas agruparam os haplótipos em dois clados bem suportados com 99% de bootstrap, indicando a presença de duas linhagens nos estados do Piauí e Maranhão, mesmo apresentando uma distância entre as localidades. O gene COI foi usado para confirmar a espécie em estudo, os valores de similaridade variaram de 98,84 a 100%, confirmando assim a identificação para a espécie A. aegypti. Estudos de monitoramento da inserção e circulação viral, a caracterização molecular dos DENV, bem como, a investigação da variabilidade genética do A. aegypti são de fundamental importância, pois por auxiliam na previsão de epidemias e no estabelecimento de medidas de controle da doença.