VARIABILIDADE GENÉTICA DO VETOR DO DENGUE, CHIKUNGUNYA E ZIKA EM ÁREAS DE RISCO NO MARANHÃO
Variedade Genética, Aedes aegypti, NADH4, COI, populações.
O Aedes aegypti é um vetor de grande importância epidemiológica por ser responsável pela transmissão dos vírus da febre amarela, febre chikungunya, zica e da dengue no Brasil tornando o vetor um grave problema de saúde pública. O presente trabalho, analisou a variabilidade genética e a dinâmica populacional de Aedes aegypti em áreas de risco no Estado do Maranhão com base em sequências do DNA mitocondrial (NADH4) e Citocromo Oxidase 1 (COI). As coletas foram realizadas em seis municípios do Maranhão com alto risco de surto de dengue e as visitas acompanhadas de um agente de endemias local, nas quais foram obtidas amostras de larvas e distribuídas armadilhas para ovos deixadas em paletas por cinco dias no peridomicílio das residências. O material coletado foi transportado ao laboratório de Genética e Biologia Molecular do Centro de Estudos Superiores de Caxias CESC/UEMA, onde foram realizadas as extrações do DNA usando o kit Wizard Genomic DNA Purification da Promega. A amplificação gênica foi realizada via PCR usando primers específicos. Os dados foram analisados com os softwares BioEdit , MEGA7, DNAsp 6.0, Haploview 4.2, Alles in space, BAPS e ARLEQUIN 3.5. Foi incluído como grupo externo duas sequências do gene NADH4 de Aedes albopictus (COSTA et al., 2006) – Genbank # EF153761 e Anopheles marajoara (WILKERSON et al., 2005) – Genbank # AY846347. Para o gene COI: Aedes albopictus (Batovska et al., 2016) - Genbank # KJ011985.1 e Anopheles marajoara (FOLEY et al., 2014) . Os haplótipos identificados foram comparados com bancos disponíveis no GenBank para o Brasil e outros Países. Para o gene NADH4 foram sequenciadas 72 sequências distribuídos entre seis populações do Maranhão, dos quais foram obtidos um fragmento de 332 pares de base, 12 haplótipos com 11 sítios informativos, com diversidade haplotípica (һ = 0,549) e diversidade nucleotídica (π = 0,0094). A AMOVA indicou que a maior variação observada ocorreu dentro das populações (81,8%, FST = 0,12108) com P significativo (<0,05). Para o gene COI foram sequenciados 37 amostras distribuídos entre cinco populações do Maranhão obtendo um fragmento de 790 pares de base, oito haplótipos, 15 sítios informativos, diversidade haplotípica (һ = 0,697) e nucleotídica ( = 0,00419). A AMOVA observou para o gene COI uma diferenciação genética maior dentro das populações (81,68%, FST = 0,11600, com P significativo (p < 0,05). As análises filogenéticas para ambos os genes (ND4 e COI) sugerem a presença de duas linhagens bem suportados com 100%(ND4) e 99%(COI) de bootstrap, presentes no estado do Maranhão. Os resultados indicaram um fluxo gênico restrito entre as populações, com indício de forte estruturação populacional. Portanto, os níveis de diferencial genética entre populações de Aedes aegypti neste estudo mostram a necessidade da implementação de novas estratégias de controle do vetor, visto que a interferência humana, através de intensos tratamentos químicos ao vetor, pode favorecer a ocorrência de mutações e consequentemente, uma maior adaptação da espécie ao ambiente.