ANÁLISE DA SUSCETIBILIDADE DE Cryptococcus neoformans ISOLADOS DAS FEZES DE Columba livia NO MUNICÍPIO DE CAXIAS MARANHÃO
Columba livia; Cryptococcus neoformans; Caxias
O Columba livia foi introduzido no Brasil por volta do século XVI, sendo considerada uma espécie doméstica, e por possuir características sinantrópicas, facilmente tornam-se reservatórios de agentes patogênicos. Sendo uma fonte importante na cadeia de transmissão de patógenos, como a criptococose, que tem como agente etiológico o Cryptococcus neoformans, ou Cryptococcus gattii, porém, em menor frequência.
Globalmente observa-se recorrências de criptococose durante a terapia de manutenção, e o acesso limitado de drogas facilita a adaptação desses microrganismos aos antifúngicos. No desenvolvimento de novos fármacos antifúngicos, as plantas medicinais possuem seu destaque, com pesquisas que apontam o potencial fungicida de diversas espécies, dentre essas algumas que são típicas da região do cerrado brasileiro.
Está pesquisa tem como objetivo investigar a suscetibilidade antifúngica de isolados ambientais de C. neoformans obtidos de fezes de C. livia, frente a extratos vegetais. A população do estudo foi composta por fezes de Columba livia, coletadas em ambientes urbanos no município de Caxias Maranhão. Os testes de sensibilidade frente a extratos vegetais foram realizados com a técnica em poços em ágar Müeller Hinton, os testes frente as drogas sintéticas foram realizadas por meio da técnica de difusão em disco, em antibiograma.
Das 36 amostras de fezes coletadas de C. livia, 69,44% apresentaram crescimento de colônias do fungo. Os testes de suscetibilidade das cepas de C. neoformans frente aos extratos brutos dos vegetais demonstraram sensibilidade variável, os extratos brutos A e B de vegetais foram eficazes no controle das cepas de C. neoformans. Observou-se um elevado número de cepas de C. neoformans resistentes à anfotericina B e ao itraconazol.
Este estudo mostrou que ambientes no qual existem depósitos de excrementos de C. livia, em áreas urbanas com fluxo de seres humanos é uma fonte para o crescimento e disseminação de Cryptococcus neoformans que demonstram resistência a drogas utilizadas com frenquência na terapêutica da criptococose, como o fluconazol, Anfotericina B, Intraconazol e Ketoconazol, e suscetibilidade aos extratos brutos de Hymenaea courbaril, Astronium urundeuva e Cecropia distachya Huber.