DIVERSIDADE MOLECULAR DE Astyanax bimaculatus (LINNAEUS, 1758), EM BACIAS HIDROGRÁFICAS DO ESTADO DO MARANHÃO, NORDESTE DO BRASIL.
DNA barcode, Delimitação de espécies, Peixes neotropicais.
Astyanax bimaculatus são pequenos caracídeos, conhecidos popularmente como piabas ou lambaris, pertencem a um complexo de espécies, englobando cerca de 18 táxons, caracterizados pela presença de uma mancha escura acima da linha lateral e outra preta alongada no pedúnculo caudal. A técnica DNA barcode permite a identificação de táxons, auxiliando metodologias tradicionais, possibilitando uma maior compreensão da ictiofauna. Dessa forma, a presente pesquisa teve como objetivo identificar amostras de A. bimaculatus de bacias hidrográficas maranhenses via código de barras de DNA e determinar os índices de diversidade molecular, utilizando o gene mitocondrial Citocromo c Oxidase subunidade I - COI. Os espécimes utilizados foram coletados, fotografados, identificados e retirado o tecido muscular, para ser utilizado nas técnicas moleculares: extração de DNA, amplificação do gene COI via PCR e sequenciamento. As sequências obtidas foram analisadas nos softwares: BioEdit, Mega X, DnaSP, NETWORK, Arlequim, jModelTest, BEAST, FigTree, RaxML e Inkscape. Para delimitação das Unidades Taxonômicas Operacionais (OTU’s), utilizou-se os modelos ABGD, ASAP, GMYC e PTP. As sequências foram plotadas na plataforma BOLD Systems para confirmar a identificação morfológica. Adicionou-se ao banco de dados 42 sequências de A. bimaculatus disponíveis no Genbank das bacias dos Rios Xingu, Amazonas, Parnaíba, Paraguai, São Francisco, Aricá-Mirim, Rio Prata e Tocantins. Um total de 80 sequências foram analisadas e obteve-se um fragmento de 636 pares de bases (pb), com 509 sítios conservados e 127 sítios variáveis e a formação de 26 haplótipos, com diversidade haplotípica de h = 0,8972 e nucleotídica de π = 0,0511. A rede haplotípica gerou sete haplogrupos com divergência genética intraespecífica variando de 0,2 a 1,3%, separando as populações maranhenses das demais bacias analisadas, corroborando com a árvore de Inferência Bayesiana (BI) que as agrupou em um único clado. Nas análises de delimitação, os modelos ABGD, ASAP e PTP foram os que melhor subdividiram as populações, demonstrando o mesmo padrão formando sete OTU’s, diferindo do GMYC que formou dez OTU’s. A AMOVA indicou maior variação entre os grupos, com altos valores de Fst. Nossos resultados confirmam a ocorrência de uma OTU exclusiva para bacias hidrográficas maranhenses, não havendo compartilhamento com outras, contribuindo para o melhor entendimento da diversidade do complexo A. bimaculatus.