AVALIANDO A DELIMITAÇÃO DAS ESPÉCIES Carollia perspicillata E Carollia brevicauda (CHIROPTERA, PHYLLOSTOMIDAE): UMA ABORDAGEM INTEGRATIVA
Biodiversidade, Carollia, Espécies crípticas, Morcego
Carollia perspicillata e Carollia brevicauda são espécies de morcegos que pertencem ao genero Carollia, família Phyllostomidae. Este gênero inclui oito espécies, destas, três ocorrem no Brasil, a saber: C. benkeithi, C. brevicauda e C. perspicillata. Se destaca por sua história taxonômica complexa, caracterizada principalmente pela dificuldade em diferenciar algumas das suas espécies como: C. perspicillata e C. brevicauda que possuem sobreposição nas variações morfológicas e na distribuição geográfica. Neste contexto realizou-se um estudo integrativo com análises de caracteres morfológicos, craniométricos e moleculares a fim de inferir quanto ao status taxonômico das espécies C. perspicillata e C. brevicauda. Para tanto fez-se Análise de Componente Principal (PCA), diferentes testes de delimitação e registro de ocorrência. Coletas foram realizadas em diferentes domínios fitogeográficos brasileiros: Caatinga no estado do Piauí (Picos); Cerrado no estado do Maranhão (Caxias e Chapadinha) e no estado do Piauí (Teresina e Altos); Amazônia no estado do Maranhão (Luís Domingues) e no estado do Pará (Viseu e Augusto Corrêa). Foram aferidas sete medidas morfológicas e peso, 19 medidas craniométricas e sequenciamento do gene mitocondrial rRNA 16S. As análises morfológicas foram realizadas a partir de uma planilha em Excel, as craniométricas pela Análise de Componentes Principal (PCA) no software R e as moleculares em vários softwares: BioEdit, DAMBE, DNAsp, NETWORK, jModelTest, MEGA, BEAST, BAPS, GMYC e bPTP. Como resultado foi possível verificar que na morfologia seis caracteres, dos sete utilizados, mostraram sobreposição; na craniometria os 19 caracteres diagnósticos mostraram sobreposição e para o gene rRNA 16S a distância genética máxima alcançada foi de apenas 1,4% com as árvores filogenéticas de Máxima Verossimilhança (ML) e Inferência Bayesiana (BI) evidenciando a formação de dois clados, no entanto sem diferenciar as espécies, a rede de haplótipos mostrou dois haplogrupos ambos compartilhando os haplótipos, os método de delimitação evidenciaram formação de linhagens, mas não foi possível diferenciar as espécies. Neste sentido os resultados deste estudo revelaram sobreposição nas medidas morfológicas e craniométricas, não diferenciação genética e ausência de limites de fronteiras apontando para uma unidade taxonômica, isto é, não separação das espécies.