SELEÇÃO DE ISOLADOS DE Bacillus thuringiensis BERLINER 1911 COM POTENCIAL INSETICIDA EM LARVAS DE Aedes albopictus SKUSE 1894 (DIPTERA: CULICIDAE)
Arboviroses, Vetor e Controle biológico.
O mosquito Aedes (Stegomyia) albopictus (Skuse, 1895) é nativo do sudeste asiático, possui competência na transmissão de diversos arbovírus e vem trazendo preocupação às autoridades de saúde pública do Brasil pela sua expansão territorial e potencial capacidade vetorial. A bactéria Bacillus thuringiensis (Bacillales: Bacillacea) (Berliner, 1911) é um dos principais agentes de controle biológico de mosquitos vetores, pois sua patogenicidade e modo de ação torna sua aplicação segura, viável e eficaz. Além de apresentar segurança ambiental, e dificultar o aparecimento de populações de insetos resistentes. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo selecionar linhagens de B. thuringiensis do Maranhão para o controle biológico de A. albopictus. Foram selecionadas 93 linhagens de B. thuringiensis do Banco de Bacilos Entomopatogênicos do Maranhão (BBENMA) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), seguindo o seguinte critério: utilizar isolados que já foram testados para A. aegypti, com mortalidade acima de 50% em bioensaios seletivos, e que não foram testados para A. albopictus. Foram selecionadas 93 linhagens, provenientes dos biomas Amazônico, Caatinga e Cerrado, em que foram realizados bioensaios seletivos para determinar a ação entomopatogênica dos bacilos contra as larvas de A. albopictus. Dos isolados testados, cerca de 13 obtiveram mortalidade acima de 50%. Em relação aos genes analisados, os genes cyt1Aa, cry4Aa e cry11Aa foram os mais frequentes. Dentre as cepas que demonstraram alta atividade larvicida, as linhagens BtMA-750 e BtMA-1114 apresentaram a maior quantidade de genes diptero específicos, proporcionando o aumento da toxicidade das respectivas cepas. A seleção de linhagens provenientes de ambientes de clima tropical, já adaptadas a estas condições, facilita futuras alternativas no controle de mosquitos de importância médica presentes nessas localidades. Portanto, os isolados de B. thuringiensis mostraram alto potencial para o controle de larvas de A. albopictus podendo ser utilizados em programas de controle desse vetor.