DIVERSIDADE MOLECULAR DE MORCEGOS (CHIROPTERA; MAMMALIA) DO GÊNERO MYOTIS E NOVO REGISTRO DE Eptesicus furinalis
Biodiversidade, Vespertilionídeos, Identificação de espécie.
Os morcegos do gênero Eptesicus (Rafinesque, 1820) pertence à família Vespertilionidae são exclusivamente insetívoros e atuam como controladores de populações de insetos considerados pragas de lavouras ou vetores de zoonoses. As espécies deste gênero são muito similares no que se refere as características morfológicas o que dificulta a diagnose dos táxons devido à sobreposição nas medidas externas e cranianas. Isso também não é diferente para o gênero Myotis que desde a sua classificação tem se mostrado bastante controversa, onde várias revisões taxonômicas e sistemáticas apontam problemas na identificação das espécies, o que dificultam conhecer a sua real distribuição geográfica. Contudo, estudos taxonômicos mostram que o grupo Myotis é, um complexo de espécies. A partir de uma revisão do gênero, quatro subespécies foram reconhecidas para o complexo M. nigricans (M. n. nigricans, M. n. carteri, M. n. extremus e M. n. osculatti). A dificuldade na reconstrução da história filogenética dos vespertilíonideos está relacionada diretamente com as variações morfológicas, o que proporciona estudos inconclusivos com frequentes discussões, necessitando assim de maiores esclarecimentos. Os estudos moleculares reconheceram as espécies M. nigricans e M. albescens como conflitantes após a existência de 12 linhagens, historicamente isso é um problema no entendimento das relações evolutivas do grupo e outros trabalhos têm sugerido a revisão dos clados que estão incluídas as espécies M. riparius, M. ruber, M. oxyotus, M. diminutus e M. keaysi. Neste sentido, ferramentas integrativas têm sido usadas a fim de elucidar essas incertezas e minimizar a problemática taxonômica conhecendo as unidades evolutivas. Dessa forma, nessa dissertação o primeiro capítulo apresentamos um breve histórico da revisão dos gêneros Eptesicus e Myotis, fundamentada em aspectos taxonômicos, distribuição geogrográfica, aspectos morfológicos e genéticos. O segundo capítulo, com base em dados morfológicos e molecular (DNA Barcode) registramos a primeira ocorrência da espécie E. furinalis para o estado do Maranhão, ampliando a sua distribuição geográfica no Brasil. O terceiro capítulo apresentamos a diversidade das espécies do gênero Myotis via genes mitocondriais (rRNA16S e COI).