GESTÃO DE RISCOS DOS EVENTOS ADVERSOS EM HOSPITAIS PÚBLICOS: UMA PESQUISA-AÇÃO
Segurança do Paciente; Enfermagem; Serviços de Saúde
A segurança do paciente trata-se de um conjunto de medidas desenvolvidas para promover a redução dos incidentes nos estabelecimentos de saúde, esses mais conhecidos como eventos adversos que são os danos causados aos usuários desses serviços provocados pelo cuidado ofertado na instituição, e não pela doença de base. As implicações destes eventos são numerosas e mais comumente estão relacionadas ao aumento do tempo de permanência do usuário no hospital, aumento das comorbidades e/ou maiores custos para o Sistema Único de Saúde. Assim, constitui o objeto de estudo dessa investigação as circunstâncias que envolvem os eventos adversos em hospitais públicos identificados pela gestão de riscos por entender-se que para alcançar a redução dos eventos adversos, o fortalecimento de uma cultura de segurança e núcleo de segurança do paciente empenhado na mitigação de incidentes hospitalares exige uma transformação profunda nos processos de trabalhos das instituições de saúde. A contribuição de todos os atores sociais envolvidos, assim como pesquisas de cunho intervencionista representam as melhores alternativas para se consolidar uma assistência segura e de qualidade. Esse estudo objetiva investigar as circunstâncias que envolvem os eventos adversos em hospitais públicos identificados pela gestão de riscos segundo a metodologia da pesquisa-ação. Trata-se de uma pesquisa-ação, descritiva, com abordagem qualitativa. A coleta de dados será realizada no Hospital Regional de Caxias Dr. Everaldo Ferreira Aragão e já foi realizada na Maternidade Carmosina Coutinho, ambos localizados no município de Caxias, Maranhão. Estima-se uma amostra de 60 participantes. A pesquisa-ação permite a interação entre pesquisador e sujeitos da pesquisa, e assim, entre o saber formal e o informal, a teoria e a prática, com potencial para se alcançar mudanças reais na forma como as pessoas interagem. O percurso metodológico da pesquisa-ação possui doze fases que se inter-relacionam e que são flexíveis, e assim, não necessariamente precisam ser seguidas de forma rigorosa: fase exploratória; tema da pesquisa; colocação dos problemas; lugar da teoria; hipóteses; seminário; campo de observação, amostragem e representatividade qualitativa; coleta de dados; aprendizagem; saber formal/saber informal; plano de ação e divulgação externa. A análise de dados segundo o método da pesquisa-ação se dá a partir dos dados produzidos no diário de campo e seminários programados e planejados de acordo com os objetivos da investigação. A análise dos dados seguirá a exploração do material produzido nos seminários e questionários aplicados na fase exploratória pela análise dos conteúdos expressos. Estes conteúdos serão agrupados em ideias semelhantes e analisados à luz da filosofia Lean que foca na promoção de um amplo olhar sobre o sistema, resgatando o propósito de focar a assistência no atendimento das necessidades do paciente.