FILOGENIA DE MORCEGOS DA FAMÍLIA VESPERTILIONIDAE GRAY, 1821 (CHIROPTERA; MAMMALIA)
Biodiversidade, Filogenia, DNA, Vespertilionídeos.
A família Vespertilionidae é a terceira mais diversa, possuindo 54 gêneros e cerca de 450 espécies no mundo, no Brasil ocorrem cinco gêneros e 28 espécies. Algumas espécies dessa família por serem morfologicamente similares tem revelado uma problemática taxonômica, neste sentido estudos com uso de ferramentas moleculares têm sido usados a fim de elucidar essas incertezas. Neste contexto, o presente estudo usou dados morfométricos e moleculares afim de entender como as espécies da família Vespertilionidae estão relacionadas. As amostras foram obtidas apartir de espécimes coletados nos Municípios de Caxias e Cândido Mendes no estado do Maranhão, bem como de sequências obtidas do Genbank. Como resultado, foi possível verificar de acordo com a morfologia a ocorrência das espécies L. blossevillii, L. ega, M. nigricans, M. riparius, E. brasilienses e E. furinalis o que foi corroborado com os dados moleculares, onde L. blossevillii, L. ega, M. nigricans, M. riparius e E. brasilienses ocorreram no Bioma Cerrado maranhense e E. furinalis no bioma Amazônia maranhense, com essa espécie sendo registro novo para o estado do Maranhão. Os resultados revelaram forte suporte para a monofilia dos gêneros Lasiurus, Myotis e Eptesicus e considerando as divergências interespecífica para cada gênero, verificou-se que para o gene rRNA 16S, o gênero Myotis apresentou divergência que variou de 3,1 a 8,1%; Lasiurus 2,9 a 19,3% e Epitesicus 7,2 a 24,4%. Para o gene COI, a divergência interespecífica em Myotis variou de 7,8 a 15,8%; Lasiurus 15,7 a 26,8% e Epitesicus 13,6 a 26,0%. A magnitude da divergência genética para os genes rRNA 16S e COI foram altas para algumas espécies, somado isso aos caracteres morfológicos e distribuição geográfica aponta-se a necessidade de revisão taxonômica das espécies destes gêneros. Neste cenário recomenda-se estudo com a integração de várias ferramentas, a fim de evidenciar a resolução desses conflitos e minimizar a problemática taxonômica conhecendo as identidades evolutivas e as relações filogenéticas para esta família.