Análise da contaminação por aflatoxinas em castanhas de caju comercializadas à granel e industrializadas.
amêndoas; alimentos; micotoxinas; Aspergillus.
Introdução: A castanha de caju, principal fonte de renda de produtores no nordeste do Brasil, sobretudo no Estado do Piauí, está sujeita a contaminação por fungos desde sua colheita até a comercialização. Os fungos, em condições específicas, podem produzir micotoxinas, especialmente as aflatoxinas, produzidas pelo gênero Aspergillus. As aflatoxinas são substâncias tóxicas, capazes de alterar o DNA, RNA e os cromossomos, além de serem consideradas fator de risco para o desenvolvimento de câncer de fígado. Logo, é fundamental conhecer a qualidade da castanha de caju comercializada no município de Campo Maior, contribuindo assim com a segurança alimentar dos consumidores e alertando aos órgãos de vigilância quanto a necessidade de fiscalização. A pesquisa teve como principal objetivo analisar a contaminação por aflatoxinas em castanhas de caju comercializadas em Campo Maior, Piauí.
Metodologia: Foram feitas coletas de castanhas de caju comercializadas à granel e castanhas processadas e embaladas. Para a técnica Da Cromatografia em Camada Delgada (CCD), foi feita a limpeza e extração das amostras por meio da secagem, moagem e filtragem da solução. Foram purificadas com clarificante e celite, em seguida foi feito o desengorduramento com hexano, agitando a amostra, onde após o repouso foi coletada a fase inferior. Em seguida, foi adicionado clorofórmio, agitado e colocado no rotaveaporador. Os extratos foram ressuspensos e adicionados na cromatofolha para detecção de aflatoxinas. A revelação foi realizada com o auxílio de uma câmara com lâmpada ultravioleta de comprimento de onda 366 nm.
Resultados: Foram feitas coletas de amostras de castanhas de caju comercializadas à granel em cinco pontos de vendas no Mercado Público Municipal de Campo Maior e as castanhas processadas e embaladas foram coletadas em cinco pontos de comercialização. Os extratos das castanhas foram identificados e foram feitos os testes iniciais de cromatografia em camada delgada com os eluentes em diferentes proporções até encontrar a proporção mais adequada. Os resultados obtidos da CCD demonstram que nas duas amostras à granel não foi possível observar a presença de fluorescência, o que possivelmente pode indicar a ausência ou uma quantidade mínima de aflatoxinas nas amostras. Outros fatores podem estar envolvidos nesse resultado como a concentração do extrato e a forma como o mesmo foi aplicado na placa. Já nas castanhas de caju processadas e embaladas foi possível notar bandas de fluorescência azul, sendo a amostra 2 com uma intensidade maior, o que pode indicar a presença de aflatoxinas nas amostras. Todavia, faz-se necessário que mais aplicações nas placas cromatográficas sejam feitas, assim como a adição de ácido sulfúrico 20% que possibilita fazer a confirmação da presença ou ausência de aflatoxinas.
Discussão: Resultados semelhantes ao desta pesquisa foram encontrados por outros autores, que detectaram a presença de aflatoxinas em amostras de castanha de caju de diferentes locais, assim como a contaminação em outros grãos e nozes, como o amendoim. Essa contaminação traz uma preocupação com a segurança alimentar e os autores ressaltam a importância de tomar medidas que visem reduzir a contaminação por fungos aflatoxigênicos.
Considerações parciais: Das amostras analisadas pela CCD, notou-se que as duas amostras à granel não apresentaram fluorescência azul nas cromatofolhas, enquanto as amostras processadas apresentaram fluorescência azul, o que pode indicar a presença de aflatoxinas, no entanto, são necessárias novas aplicações e a adição de ácido sulfúrico 20%, que confirma a presença ou ausência destas micotoxinas.