CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA DO EXTRATO HIDROETANÓLICO DE FORMIGAS DO GÊNERO Atta Fabricio, 1804
Infecções Sexualmente Transmissíveis; Fatores de risco; Populações
Vulneráveis.
INTRODUÇÃO: As infecções sexualmente transmissíveis (IST) representam um importante problema de saúde pública, sendo causadas por diversos agentes etiológicos. Estima-se que ocorram aproximadamente 1 milhão de novos casos diariamente em todo o mundo. No Brasil, mulheres de comunidades quilombolas, ciganas e rurais enfrentam riscos acrescidos devido a condições socioeconômicas e culturais que agravam a suscetibilidade a essas infecções. Além de serem frequentemente sub-representadas em estudos científicos, o que resulta em uma compreensão limitada das características epidemiológicas das IST nesses grupos. OBJETIVO: Investigar os fatores de risco associados a IST em mulheres quilombolas, ciganas e de comunidades rurais. METODOLOGIA: Estudo transversal, realizado em mulheres de seis comunidades quilombolas, uma área cigana e um macro território de comunidade rural de Caxias – MA. Para coleta de dados foi utilizados um formulário estruturado com fatores sociodemográfico e comportamentais e coleta de amostras cervical em meio líquido. As amostras foram testadas por PCR em tempo real. Para análise estatística foram realizadas análises descritivas e inferenciais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: O estudo incluiu 295 mulheres (43,7% quilombolas, 52,2% rurais e 4,1% ciganas). A iniciação sexual precoce (coitarca < 18 anos) foi relatada por 74,9%, e 62,7% tiveram múltiplos parceiros sexuais, com 65,1% não usando preservativos. A prevalência geral de IST foi de 72,9% (IC95%: 66,8-77,3), com Ureaplasma parvum sendo o patógeno mais comum (61,7%), seguido por Mycoplasma hominis (35,3%), Ureaplasma urealyticum (13,6%), Trichomonas vaginalis (7,1%), Chlamydia trachomatis (2,4%) e Mycoplasma genitalium (0,7%) foram menos frequentes. Nenhum caso de Neisseria gonorrhoeae foi identificado. Trichomonas vaginalis foi significativamente associado ao prurido vaginal (OR = 2,566, p = 0,047). Os fatores comportamentais e socioeconômicos associados à presença de IST incluíram ausência de citologia prévia (AOR=2,39, p=0,046), alta frequência de banho diário (AOR=3,28, p=0,042) e uso prolongado de roupas íntimas apertadas (AOR=1,83, p=0,027). CONCLUSÃO: Este estudo revelou uma alta prevalência de IST entre mulheres de comunidades quilombolas, rurais e ciganas. As variações na prevalência de IST entre os diferentes grupos e os fatores sociodemográficos e comportamentais observados apontam para
a complexidade da saúde sexual e reprodutiva nessas comunidades e indicam a necessidade de abordagens diferenciadas e culturalmente sensíveis nas políticas públicas de saúde.