BIODIVERSIDADE ÍCTICA EM PARQUES NACIONAIS: ANÁLISE DO PLANO DE MANEJO E IDENTIFICAÇÃO DA ICTIOFAUNA DULCÍCOLA NO PARQUE NACIONAL DOS LENÇÓIS MARANHENSES
Biodiversidade; Ictiofauna; Áreas Protegidas; Lençóis Maranhenses
Biodiversidade; Ictiofauna; Áreas Protegidas; Lençóis
Maranhenses
Dentre as Unidades de Conservação (UCs), o Brasil é destaque na região Neotropical
devido ao número de Parques Nacionais (PN) que possui. Contudo, a manutenção da
diversidade biológica é ameaçada por processos naturais e acelerada pelas ações
antrópicas. Os peixes, em especial, possuem um valor econômico para estado do
Maranhão devido à rica rede hidrográfica e aos processos biogeográficos que formaram
as bacias maranhenses. No estado, a criação de UCs é primordial para a conservação da
biodiversidadeíctica. Porém, a efetividade dessas áreas é prejudicada pela ausência de
Planos de Manejo (PM) que contemplem adequadamente a ictiofauna. Nesse sentido, o
objetivo deste trabalho é compilar dados disponíveis acerca da ictiofauna em Parques
Nacionais brasileiros e atualizar a lista das espécies ícticas que ocorrem no Parque
Nacional dos Lençóis Maranhenses, comparando com os dados publicados no Plano de
Manejo (1999). Os dados como localização (1), Metodologias para Avaliação Ecológica
Rápida (2), Ocorrência de espécies alóctones e translocações (3), Lista de espécies (4),
Responsáveis técnicos (5) e Hidrografia (6) foram compilados a partir dos documentos
disponíveis nas bases de dados do Instituto Chico Mendes para a Conservação da
Biodiversidade e do Ministério do Meio Ambiente. E para a atualização da lista de
espécies, as coletas nas drenagens dos municípios da microrregião dos Lençóis
Maranhenses ocorreram com auxílio de redes de emalhe, tarrafa e puçá de arrasto em
quatro campanhas: Março/2016, Julho/2016, Maio/2017 e Agosto/2017. Foram
coletados 1000 exemplares sob a licença SISBIO No 53224-1, e identificadas vinte e
seis espécies. As análises revelaram que os Parques Nacionais brasileiros apresentam
um panorama incipiente quanto aos dados coletados a exemplo: responsáveis técnicos
não capacitados, ausência de metodologia para coleta e levantamento da ictiofauna
dulcícola não explícitos nos Planos de Manejo. O Cerrado e a Mata Atlântica são os
biomas com maior volume e qualidade de dados sobre a ictiofauna dulcícola, enquanto a
Caatinga, Pantanal e Amazônia apresentam déficts de dados. Os resultados também
mostraram que as espécies alóctones mais encontradas em Parques Nacionais são
Oreochromisniloticus, Tilapiarendalli e Cichlaspp, acompanhadas da carência de
monitoramento nesses ambientes. Já a biodiversidade local do Parque Nacional dos
Lençóis Maranhenses caracterizou-se pela presença de espécies de pequeno porte, em
sua maioria sensíveis às mudanças ambientais com espécies autóctones constantes:
Astyanax sp., Bryconops sp., Cichlasoma orientale, Metynnis maculatus. Espécies raras
comoEigenmanniatrilineata, Nannostomus sp., Moenkhausia sp. também foram
registradas. A ocorrência das espécies alóctones: tucunaré (Cichlasp.) e tilápia
(Oreochromisniloticus) sugerem ser potencias causadoras de impactos nas bacias do
Parque. potenciais causadoras de perda da biodiversidade local. Táxons como
Lycengraulisbatessi, Steindachnerinanotonota, Hyphessobryconsp., Loricaria
parnahybae, Apteronotusalbifrons, Awaous tajacica, Apistogramapiauiensis, Poecilia
vivipara, Eucinostomusargenteus e Polydactylusvirginicus não foram registrados nas
coletas, apesar de constarem no plano de manejo publicado em 2003.Assim, sugere-se
que esses dados contribuam para o manejo adequado da ictiofauna do parque, além do
m o n i t o r a m e n t o d a s e s p é c i e s a l ó c t o n e s