BIOMARCADORES HISTOLÓGICOS EM Ucides cordatus (CRUSTACEA, DECAPODA): MODELAGEM PREDITIVA COMO SUBSÍDIO PARA O MONITORAMENTO DE ÁREAS PORTUÁRIAS NO MARANHÃO
Caranguejo. Biometria. Brânquias. Hepatopâncreas. Histopatologia.
O complexo portuário localizado na baía de São Marcos em São Luís do Maranhão é um dos principais propulsores da economia do estado. Além da relevância econômica por abrigar o complexo portuário maranhense, na baía de São Marcos também encontram-se faixas de manguezais, importante zona ecológica, que em contrapartida é também altamente sensível a variações ambientais (naturais ou antropogênicas). Uma estratégia eficaz para avaliar possíveis alterações ambientais nessa área é realizar a análise de alterações histológicas em Ucides cordatus, uma espécie nativa de manguezais, com importante papel ecológico e socioeconômico. Outra metodologia muito promissora em programas de monitoramento ambiental é a utilização de modelos preditivos baseados em biomarcadores. Assim objetivou-se com este estudo propor um modelo preditivo baseado em biomarcadores histológicos em Ucides cordatus que possa ser utilizado no monitoramento de áreas portuárias associadas a manguezais. Para isso, foram realizadas coletas na região do Coqueiro (área portuária) e na Ilha dos Caranguejos (APA da Baixada Maranhense), durante os períodos de estiagem e chuvoso nos anos de 2016 a 2019. Os procedimentos referentes à biometria e à histologia dos espécimes coletados foram realizados no Laboratório de Biomarcadores em Organismos Aquáticos (LABOAq) da Universidade Estadual do Maranhão (UEMA). Os caranguejos coletados na região do Coqueiro mostraram-se menores e com menor massa corporal que os espécimes coletados na Ilha dos Caranguejos. As alterações histopatologicas também foram mais recorrentes nos espécimes da região portuária. Houveram correlações tanto positivas quanto negativas desses parâmetros em ambas as áreas e períodos sazonais, destacando-se a correlação negativa entre as alterações branquiais: ruptura das células pilastras, necrose e colapso lamelar. E também a correlação entre as alterações hepáticas lúmen anormal e células B vacuolizadas, que foram as duas alterações de maior ocorrência nos tecidos hepáticos analisados. Foi adaptado um modelo baseado na correlação entre os parâmetros biométricos e as alterações histopatológicas, através da regressão polinomial de ordem 3 e 4, onde foi evidenciada a relação inversamente proporcional entre esses parâmetros.