Prospecção de marcadores moleculares para identificação da fauna parasitária em peixes da Baixada Maranhense
Peixes comerciais. Hoplias malabaricus. Parasitismo. Genes de rRNA
Os campos naturais inundáveis da Baixada Maranhense apresentam elevada produtividade de peixes, principal base alimentar e econômica da região. Os peixes são os vertebrados que apresentam a maior variedade de parasitas. O objetivo dessa pesquisa é identificar os marcadores moleculares mais eficientes para a proposição de um protocolo de identificação da fauna parasitária de peixes comerciais da região da APA da Baixada Maranhense. Realizou-se uma revisão bibliográfica (2010-2022) para identificar quais são as espécies de agentes patológicos de peixes para o Estado do Maranhão. As bases de dados usadas para a pesquisa foram Web of Science, Google Acadêmico, Pubmed, ASFA, Scopus e SciELO, com os descritores diferentes dependendo dos patógenos abordados, da seguinte forma: (i) monogenóides os termos “monogenea”, “monogenea”; (ii) crustáceos ectoparasitos os unitermos “isópodes”, “ectoparasitas”, “braquiúros”, “argulus”, “dolops”, “Perulernaea”; (iii) nematóides “nematoda”. Independente do patógeno pesquisado foram associadas às palavras + “fish” + “Maranhão” para limitar a área de estudo. A partir das informações adquiridas na primeira revisão bibliográfica, uma segunda revisão, no NCBI Genbank foi realizada. Nas expedições em campo, um total de 38 espécimes de Hoplias malabaricus foi coletado em três pontos distintos da Baixada Maranhense, Lago do Coqueiro em São João Batista, Lago de Itans em Matinha e em Lago Açu, localizado no município de Conceição do Lago Açu. Foram encontrados oito artigos elegíveis com informações de patógenos em peixes para o Maranhão. Destacam- se os marcadores moleculares da grande subunidade ribossômica (28S rDNA) para monogeneas e a região ITS1-5.8S-ITS2 que representam um marcador importante para a taxonomia de espécies de nematoides em peixes. Os espécimes obtidos no Lago do Coqueiro estavam parasitados na cavidade, estômago e intestino. Os exemplares analisados provenientes do Lago de Itans apresentaram parasitismo nas brânquias, na cavidade visceral e no intestino. Na coleta realizada em Lagoa Açu, dos 16 peixes analisados, 3 (18,75%) estavam parasitados visivelmente. A identificação das comunidades de parasitas de peixes, especialmente aqueles de interesse comercial é de grande importância, uma vez que os dados obtidos podem ser úteis para planejar, implementar e gerenciar sistemas de criação de peixes e construir uma base para monitoramento de espécies zoonóticas usadas na alimentação.