BIOMARCADORES EM BRÂNQUIAS E HEPATOPÂNCREAS DE Ucides cordatus LINNAEUS (1873) (CRUSTACEA: DECAPODA) PARA O MONITORAMENTO DE IMPACTOS ANTRÓPICOS NA ILHA DE SÃO LUÍS, MARANHÃO, BRASIL
Biomonitoramento; Histologia, Caranguejo, Região Portuária
Estudos de biomonitoramento, utilizando biomarcadores histológicos, em órgãos como
brânquias e hepatopâncreas tem sido uma ferramenta importante e eficaz na avaliação de
ambientes impactados. Dessa forma, neste estudo objetivou-se avaliar lesões em
brânquias e hepatopâncreas de Ucides cordatus, como indicativos de impactos antrópicos
na Ilha de São Luís, Maranhão. Os caranguejos foram coletados pela técnica de
braceamento com auxílio de um catador profissional em duas áreas uma na Baía de São
José: Raposa (com baixo impacto) e Porto Grande Baía de São Marcos (área
potencialmente impactada). Em Laboratório foram obtidos os dados biométricos de cada
exemplar de caranguejo e a dissecação dos espécimes, para remoção e fixação das
brânquias em solução de Davidson por 24 horas. Amostras de brânquias foram
submetidas à técnica histológica padrão, onde foram desidratadas em séries crescentes de
álcoois, diafanizadas em xilol, impregnadas e incluídas em parafina em seguida cortes
transversais de 5 micrômetros de espessura foram corados com Hematoxilina e Eosina
(HE) e as lâminas foram analisadas em microscópio de luz. Os dados biométricos dos
caranguejos das duas áreas foram expressos em médias e desvio-padrão. O teste t de
Student foi utilizado para verificar possíveis diferenças entre as médias e a correlação de
Pearson para corroborar com os dados das lesões branquiais encontradas. Os dados
mostraram lesões branquiais significativas nos caranguejos das duas áreas sendo as
principais lesões encontradas rompimento das células pilastras; deformação do canal
marginal e necrose. A biometria indicou que os caranguejos de Raposa apresentaram
maiores médias de peso, entretanto não foi possível observar diferenças significativas
entre as áreas (p>0,05). As médias de largura e comprimento da carapaça, demostram que
os caranguejos de Raposa (área menos impactada) foram menores que os caranguejos da
área potencialmente impactada, contudo também não apresentaram diferenças
significativas entre estas (p>0,05). O estudo indicou que as respostas biológicas alteradas
(alterações branquiais) comprovam a existência de que esses animais estão submetidos a
níveis de estresse que estão comprometendo as atividades biológicas dos caranguejos.