FEIRA LIVRE DE SÃO LUÍS: Estudo histórico e etnográfico
feira livre, feirantes, produção local, abastecimento, técnicas de vendas, saber popular.
Essa dissertação analisa a trajetória das feiras livres de São Luís a partir da percepção dos feirantes, tanto os que vendem, quanto os que compram. Como as feiras livres correspondem a um equipamento público, está articulada com os governos para atender as necessidades da população. Neste sentido, esta análise se justifica em função de haver poucos estudos que trazem as vozes daqueles que estão todos os dias naquele ramo de atividade. Dessa forma, espero que esse estudo abra novas possibilidades para outros campos. Esse estudo se insere no campo da Antropologia e, mais especificamente na linha das narrativas, memórias e identidades coletivas de onde busquei embasamento teórico. Metodologicamente, optei por um marco temporal que engloba a criação das feiras livres dos pequenos produtores na década de 1980, ou seja, (1982-2023) que é o tempo que conseguimos visualizar importantes mudanças. Busquei diferentes fontes, tanto oficiais produzidas pelo Estado, como orais que se somou à literatura de outros autores consagrados no tema. Nesse trabalho, busquei a origem histórica das feiras a partir de relatos de feirantes que trabalham nessa atividade desde os primeiros anos. Muitas observações e interações só puderam ser feitas com o uso do método etnográfico, sobretudo na análise da estrutura e funcionamento das feiras onde assistia à montagem pela manhã, o funcionamento durante o dia e a desmontagem das barracas pela noite. Busquei observar através da ótica de quem está vivendo o trabalho na feira livre, ou seja, seus frequentadores, para buscar descobrir suas inquietações, sua maneira de trabalhar, como se estabeleceram como feirantes e como aprenderam novos saberes. Para este fim, apliquei técnicas de pesquisa como as entrevistas que foram muito uteis para superar as dificuldades de aproximação em um ambiente de troca que é bem dinâmico e cujo interesse é o econômico.