Banca de DEFESA: SIDILENE PEREIRA COSTA

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: SIDILENE PEREIRA COSTA
DATA: 26/06/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma Microsoft Teams
TÍTULO:

"OCORRÊNCIA E CARACTERIZAÇÃO DE Trypanosoma cruzi EM CÃES E TRIATOMÍNEOS EM PEDRO DO ROSÁRIO, MARANHÃO - BRASIL"

PALAVRAS-CHAVES:

Doença de Chagas; Cães sentinelas; Triatomineos; Vigilância.

PÁGINAS: 94
GRANDE ÁREA: Ciências Agrárias
ÁREA: Medicina Veterinária
RESUMO:

A Doença de Chagas é uma doença tropical negligenciada, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, de ampla distribuição nas Américas, com grande impacto social, econômico e sanitário. Cães desempenham um papel de relevância epidemiológica como sentinelas da circulação de T. cruzi, atuando como elo na interface entre os ambientes silvestre, peridomiciliar e domiciliar. Apesar dos progressos no controle vetorial em várias partes do Brasil, a transmissão da doença de Chagas ainda é uma realidade, especialmente em regiões rurais e de maior vulnerabilidade social, onde os ciclos silvestres e peridomiciliares se cruzam. Neste cenário, o estudo da infecção por T. cruzi em animais sentinelas, como cães, e em vetores triatomíneos é fundamental para entender os diferentes cenários de risco. O estado do Maranhão, embora não apresente o padrão clássico de transmissão endêmica, demanda estudos devido a surtos periódicos como ocorrido em 2018 no município de Pedro do Rosário, até então fora da zona endêmica. Apesar disso, ainda são escassos os estudos específicos sobre a ocorrência e a epidemiologia de T. cruzi em cães e triatomíneos na região, representando uma importante lacuna científica e sanitária. Objetivou-se neste estudo detectar a presença do parasita em cães domésticos e triatomíneos e investigar fatores associados à sua transmissão. No período de 2021 a 2024, foram coletadas amostras de sangue de 344 cães nos quais duas técnicas foram empregadas para investigar a infecção por T. cruzi: o teste ELISA (Ensaio de Imunoabsorção Enzimática) com antígenos recombinantes quiméricos (IBMP-8.1, 8.2, 8.3 e 8.4) e a Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) para identificação molecular. Adicionalmente, foram aplicados questionários epidemiológicos para identificar fatores de risco associados. Em relação aos triatomíneos, realizaram-se buscas ativas nos ambientes domiciliar e peridomiciliar, além do recebimento de exemplares enviados por moradores. A identificação das espécies foi feita utilizando chaves taxonômicas específicas, seguida de análise por PCR para detecção e identificação de T. cruzi. A avaliação dos achados indicou uma prevalência de positividade sorológica de 3,44% (10/344) em cães, com 60% dos soropositivos demonstrando reação a todos os quatro antígenos empregados no ELISA. No entanto, nenhuma amostra foi positiva para T. cruzi pela análise molecular. Na análise dos fatores de risco, somente a variável “área peridomiciliar” apresentou associação estatisticamente significativa com a positividade sorológica para T. cruzi (p = 0,0497), indicando seu papel como fator de risco para infecção nos cães estudados. Quanto aos triatomíneos, todos foram identificados como pertencentes ao gênero Rhodnius e a análise molecular detectou DNA de T. cruzi em 12% dos insetos avaliados. O presente estudo confirma a presença de T. cruzi no município de Pedro do Rosário-MA, tanto em cães domésticos quanto em triatomíneos do gênero Rhodnius. A identificação de soropositividade em cães, embora em baixa frequência, indica que esses animais foram expostos ao parasito e confirma sua função como sentinelas na vigilância epidemiológica da Doença de Chagas. Em triatomíneos, a positividade molecular para T. cruzi indica que o vetor infectado está presente no ambiente, o que significa que há risco constante de transmissão.

MEMBROS DA BANCA:
Externo à Instituição - ALINE DINIZ CABRAL - FCMSCSP
Presidente(a) - 869072 - ANDREA PEREIRA DA COSTA
Interno - 000.331.603-33 - FERNANDO ALMEIDA DE SOUZA - UEMA
Externo à Instituição - KATIA REGINA ASSUNÇÃO BORGES ARAÚJO - FOC
Externo à Instituição - TÁSSIA LOPES DO VALE - IFMA