AVALIAÇÃO DE PRODUÇÕES TEXTUAIS DE ESTUDANTES COM O TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA) NO ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS NA CIDADE DE PICOS – PI: UMA ABORDAGEM INCLUSIVA.
Transtorno do Espectro Autista; Avaliação; Educação Especial e Inclusiva; Escrita; Língua Portuguesa.
A educação inclusiva, respaldada pela Constituição Federal de 1988, estabelece a aprendizagem como um direito universal, assegurado a todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sensoriais. Essa concepção pressupõe a oferta de subsídios e recursos necessários para garantir uma educação de qualidade, equitativa e acessível. Nesta perspectiva, a base teórica deste trabalho contempla as legislações educacionais nacionais vigentes, bem como os aportes de autores como Santos e Leite (2022), que trazem uma síntese sobre avaliação de estudantes com TEA; Mantoan (2003;2006;2015;2017), Michels e Garcia (2014), Neves, Rhame e Ferreira (2019), no campo da Educação Inclusiva; Perrenoud (1999) e Hoffmann (2003), que refletem sobre práticas avaliativas mais humanizadas e formativas. Além disso, também são exploradas contribuições relacionadas à produção textual, como as propostas de Marchuschi (2001;2008) e Geraldi (2001). Esta pesquisa teve como objetivo identificar as possíveis dificuldades enfrentadas pelos docentes de Língua Portuguesa na avaliação das produções textuais de estudantes com TEA no Ensino Fundamental – anos finais. Trata-se de uma pesquisa de abordagem qualitativa, em que a construção dos dados foi feita por meio da aplicação de um formulário semiestruturado e um questionário com categorias pré-estabelecidas. A análise foi realizada a partir da técnica de conteúdo proposta por Bardin (2016). A amostra foi composta por seis professoras de Língua Portuguesa, com idades entre 28 e 49 anos, que atuam nas escolas Cívico-Militar Coronel João de Almeida, Celeste Martins de Deus e José João de Moura, para turmas do 6º ao 9º ano, atendendo estudantes com TEA. A pesquisa evidenciou que, apesar dos avanços no reconhecimento da diversidade e das potencialidades desses estudantes, a prática avaliativa ainda encontra barreiras significativas, tanto nas concepções pedagógicas das docentes quanto na falta de recursos e formação específica. As docentes entrevistadas destacaram a importância da flexibilidade e da adaptação nos processos avaliativos, principalmente no que se refere à produção textual. Tais práticas, como o uso de recursos visuais, apoio individualizado e atividades diversificadas, têm se mostrado fundamentais para o sucesso da avaliação inclusiva. A partir dos resultados desta pesquisa, foi elaborado um Podcast em formato áudio como Recurso Educacional, com estratégias de avaliação que poderão orientar os professores em uma abordagem justa e inclusiva, considerando as particularidades e potencialidades desses estudantes.