GESTÃO ESCOLAR E O DIREITO DE USO DO NOME SOCIAL: conquistas e resistências no Centro Educa Mais
Gestão escolar. Nome social. Escola integral
1 INTRODUÇÃO
Cada um de nós recebe um nome ao nascer ou antes mesmo do nascimento, mas qual será a carga simbólica que esse nome carrega? A composição do meu prenome (Marcio + Neide) causou e, ainda, causa um estranhamento e uma dúvida recorrente. É homem ou mulher? Isso quando a leitura do meu nome não “está(va)” acompanhada da presença física. Entendo que, com a presença física, o estranhamento ocorre por não ser um nome comum, visto que a minha performance não deixa dúvida quanto ao gênero. Tenho um corpo com os marcadores biológicos de uma mulher, por tanto, sou mulher!? Ou, considerando o olhar do outro sobre mim, a partir do contato com o meu nome, devem concluir por meio dos marcadores biológicos e da estética utilizada que sou mulher, visto que nunca fui interrogada a respeito do meu gênero. Isso só ocorre quando o contato não é verbal ou presencial. Ser professora com nome diferente, realizar leituras sobre corpo, gênero, sexualidade, identidade e o contato com um estudante transgênero, me fazem refletir sobre a estreita relação entre o nome, os marcadores biológicos, estéticos e a percepção que se faz da identidade da pessoa e como isso pode ser tratado na escola.....