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A trajetória de formação de Máiquel, em O matador, de Patrícia Melo
Bildungsroman. Violência. Identidade. O matador. Patrícia Melo
A escritora paulista Patrícia Melo conhecida como “discípula confessa de Fonseca”, nos termos de Tânia Pellegrini, ou “Sherazade às avessas”, para Nelly Novaes Coelho, publicou, em 1995, seu segundo romance O matador. Desde a publicação de O matador, esse romance vem sendo objeto de pesquisa de vários estudiosos, pois ele, além de apresentar a violência do homem para com o próprio homem como força motriz que desestrutura o indivíduo, bem como evidencia o lado sórdido da sociedade brasileira, possibilita diversas leituras e conclusões. Nesse sentido, este trabalho apresenta uma leitura do referido romance contemporâneo de Patrícia Melo, tendo por propósito investigar como a representação ficcional da violência influencia na formação de identidade individual do protagonista Máiquel, considerando as características do Bildungsroman. Para tanto, faz-se uma leitura da obra supracitada, apontando a transformação do modo de vida do referido personagem, bem como as contribuições dessa transformação para seu aprendizado pessoal, com ênfase nas representações dos arroubos de violência que desencadearam a ruína do protagonista, reconhecida por ele mesmo ao narrar sua história. A obra, além de contemplar a abrangência de diversas representações da violência no meio urbano brasileiro da atualidade, atesta a influência da sociedade na formação identitária do indivíduo contemporâneo. Adotando a metodologia de análise da narrativa de O matador aliada à revisitação teórico-investigativa, pretende-se ratificar que a ficção e a realidade contemporâneas, embora estejam separadas por uma linha tênue, estão em consonância na representação de comportamentos e de ações do indivíduo finissecular. Entre as diversas referências fundamentadas para a investigação, consideram-se os estudos de Schollhammer (2009), Pellegrini (2001, 2004, 2012), Chauí (1998, 2018), Júnior (2006), Zilberman (1994), Melo (2010), Maas (2000), Ricoeur (1994), Soares (2011), entre outros que compartilham da mesma temática.