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Aflições da lida do ser:
Sutilezas e transmutação de Abril despedaçado
Abril despedaçado. Adaptação. Literatura. Cinema
No caminhar do literário, campo da palavra, para o cinema, âmbito audiovisual, depara-se com necessárias reflexões sobre uma gama de demandas, essencialmente no que se refere às veredas da adaptação. Nesse sentido, esta proposta de estudo desenvolve uma análise de Abril despedaçado (2001), filme dirigido por Walter Salles baseado no romance albanês, homônimo, de Ismail Kadaré (1978), com o objetivo de se perscrutar o processo de transmutação de elementos narrativos, essencialmente do tempo, do literário para a produção fílmica. Dessa forma, quer-se analisar a produção literária para, em seguida, verificar que escolhas do campo imagético são usadas para se estabelecer a narrativa cinematográfica, em um diálogo singular com o romance. Diante disso, a leitura teórica para fundamentar essa discussão parte das contribuições do dialogismo intertextual de Mikhail Bakhtin (2003), Julia Kristeva (2005) e Gérard Genette (2010). Ainda são usados para reflexão os pensamentos sobre o complexo universo da adaptação, seus caminhos e sinuosidades, especialmente, pelo sustentáculo teórico de Robert Stam (2006) e Linda Hutcheon (2013). Conta-se, também, com o suporte teórico sobre o tempo no romance e, essencialmente, no audiovisual para se ter conhecimento dos entrelaços desse elemento narrativo esculpido no cinema, a fim de se poder analisar os tópicos marcadores que formam uma mensagem na narração imagética. Finalmente, são analisados recortes do romance e cenas do filme no empenho de se assinalar as construções e marcadores que definem a narração das histórias, bem como os significados sugeridos, analisando-se a linguagem cinematográfica como plural.