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A CIDADE ESTÁ NO HOMEM, O HOMEM ESTÁ NA CIDADE: Paisagem e Memória em Poema Sujo, de Ferreira Gullar.
Poema Sujo. Memória. Paisagem. Espaço.
Escrito pelo poeta maranhense Ferreira Gullar durante o seu período de exílio em Buenos Aires, na Argentina, em 1975, a obra Poema Sujo já foi objeto de várias pesquisas ao longo de mais de quatro décadas desde a sua divulgação. Considerado pela crítica como uma moderna “Canção do Exílio”, como um depoimento representado em versos, um poema originalmente nacional, Poema Sujo é o tipo de obra que possibilita inúmeras leituras e conclusões. Tocante ao exposto, propõe-se uma análise desta obra gullariana a partir dos preceitos da memória e da paisagem, considerando os estudos memorialísticos segundo Benjamin (2012), Halbwachs (2006), Sarlo (2007), entre outros, e da percepção da paisagem conforme Collot (2013), Feitosa (2013), além de demais estudiosos que compartilham da mesma temática, possibilitando assim um diálogo com as teorias do espaço segundo Bachelard (1993), Blanchot (2011), Brandão (2013) entre outros pesquisadores que argumentam sobre o tema, proporcionando possíveis reflexões sobre a sociedade em que se vive, averiguando tanto o individual quanto o coletivo. Objetiva-se identificar as construções da paisagem e do sujeito a partir de traços mnemônicos na obra, enfatizando também os espaços revisitados no passado.
Assim, a leitura deste poema, através das proposições supracitadas, torna-se um meio de compreender como o fluxo memorialístico, os lugares vivenciados, o conhecimento e a experiência do sujeito poético nos impulsionam à reflexão a respeito de sua vivência e suas próprias ações.