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ENTRE PERMANÊNCIAS E RUPTURAS: A CIDADE EM SEMPRE SERÁS LEMBRADA, DE JOSUÉ MONTELLO
Modernidade; Cidade; Memória; Josué Montello.
Objetivamos com o presente trabalho analisar a representação da cidade na dialética entre tradição e modernidade em Sempre serás lembrada (1999), de Josué Montello. Pensar a cidade significa atribuir-lhe sentidos de existência humana, tais como relações de trocas, desejos, movimentos e uma substância de sucessivas dinamicidades – tanto
dos indivíduos quanto dos espaços construídos. Nossa pesquisa está fundamentada na visão de Giddens (1991) e Berman (2007) no que se refere à modernidade, quanto à cidade, consideramos a visão de Pesavento (2002), Calvino (1990), dentre outros. Com a modernidade, tanto a cidade física quanto a social são impelidas a um vertiginoso ritmo de mudanças, de sorte que a vida e a experiência em sua conjuntura sofrem o impacto dessa nova realidade volúvel. Nas cenas literárias, é possível ler a cidade sob o signo desse processo, mas ainda apreendê-la pelas rememorações dos personagens, que nos informam o espaço urbano entre os fios do passado, que dá outros tons às ruas, praças, moradas e demais marcadores de referências. Suas vozes também testemunham a cidade sob o impulso do futuro, como as projeções de expansão, planejamentos de ambientes e tantos outros dados que apontam para a modernização.