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UM TANTO DE PANTEÍSMO EM A OSTRA E O VENTO
Panteísmo. Natureza. Experiências. Vivência. Unidade.
O presente trabalho tem por objetivo desenvolver o um tanto de panteísmo na obra A Ostra e Vento (1964) de Lopes. Para tanto, buscamos pelo teor das experiências da personagem Marcela com a Natureza. Esse um tanto de panteísmo aparece, a nosso ver, de modo problemático, em Criação e Técnica no romance de Moacir C. Lopes (1978) do crítico literário, Michael Fody, onde define o panteísmo de maneira controversa. O crítico pressupõe que só haveria panteísmo na obra se o ser humano fosse Deus o que não corresponde ao ponto de vista panteístico em que a identidade é entre Deus e Natureza. Esse trabalho de Fody nos exigiu um aprofundamento teórico, acerca da temática do panteísmo. Diante disso, buscamos apresentar a estrutura básica do panteísmo em sua dimensão teórico-conceptual a fim de esclarecer o que fica em aberto no referido trabalho de crítica literária. Para tanto apresentamos um breve panorama histórico da temática na história da filosofia e uma concepção de Natureza de cunho panteístico. Em seguida cunhamos, como categoria de análise a vivência de unidade desenvolvida por Régis Alain Barbier (2009) por entender que ela comporta a dimensão do panteísmo enquanto experiência. Partimos então, para o texto literário de Lopes identificando em várias passagens da obra literária em questão o teor das experiências da personagem Marcela com a Natureza. O resultado obtido mostra que, nesse teor, há o um tanto de panteísmo n’ A Ostra e o Vento. Dessa forma o encontro com A Ostra e o Vento nos proporcionou alguns diálogos: com a crítica literária através do trabalho de Michael Fody, com a filosofia através do panteísmo e entre panteísmo e literatura.