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A VOZ ENCLAUSURADA DE SÓROR JUANA INÉS DE LA CRUZ: um estudo de sua obra na leitura da Carta Atenagórica
Sóror Juana Inés de la Cruz. Barroco hispano-americano. Carta Atenagórica. Padre Antônio Vieira. Sermão do Mandato.
A relevância deste estudo centraliza-se na leitura e análise da obra “Carta Atenagórica”, escrita pela monja mexicana, Juana Inés de la Cruz, em 1690; prosa crítica aguda ao Sermão do Mandato, de Padre Antônio Vieira, sobre as Sagradas Escrituras. Ambos descrevem seus discursos acerca da temática das finezas de Cristo, utilizam uma retórica teológica, amparada por uma apropriação e erudição clássica e bíblica, com metáforas complexas, que figuram as características do Barroco. Objetivamos fundamentar o questionamento: como, de fora do claustro, se expressa a voz enclausurada de sóror Juana Inés de la Cruz, em um contexto de forte repressão no Século XVII? Como apoio teórico, beneficiamo-nos da leitura de obras base como: Una Mujer en soledad: Sor Juana Inés de la Cruz, una excepción en la cultura y la literatura barroca, de Dario Puccini, e Las trampas de la fe, de Octavio Paz, entre outros. Ressaltamos que a referida obra, bem como a autora, transcendem sua época, referenciam a história e identificam-se com o presente, projetando-se para o futuro. Para Agamben (2012, p. 179), “a estética não é só um lugar reservado à arte pela sensibilidade moderna, mas o destino de arte, na época, em que o homem não consegue mais encontrar entre o passado e o futuro o espaço do presente”.