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A LINGUAGEM PROIBIDA DOS ROMANCES NATURALISTAS: um estudo sobre o corpo e a sexualidade feminina nas obras O homem, de Aluísio Azevedo, e A carne, de Júlio Ribeiro
Naturalismo. Sexualidade Feminina. O homem. A carne.
A presente dissertação, inicialmente, faz uma discussão acerca da potencialidade da literatura devassar por temáticas que evidenciam aspectos e situações que, por vezes, estão mascarados ou silenciados em uma determinada sociedade. Atrelado a isto, problematizou-se, por meio das obras O homem, de Aluísio Azevedo, e A carne, de Júlio Ribeiro, a peculiar capacidade da literatura revelar e recriar comportamentos e experiências de vida que, muitas vezes, orbitam em espaços secretos, solitários ou recolhidos. Para tanto, este estudo abordou de que forma o componente sexual foi retratado nos romances naturalistas, sobretudo nas obras supracitadas. Assim, na medida em que as protagonistas de O homem e A carne são delineadas em episódios de cunho erótico-sexual, buscou-se entender como tais obras promoveram o desnudamento do corpo e da sexualidade feminina. Concomitante a isto, intentou-se apontar e discutir como a representação do corpo e da sexualidade do sujeito feminino, elaborada por Aluísio Azevedo e Júlio Ribeiro, sugeriu o reflexo e a demarcação de um período no qual falar sobre sexo ou praticá-lo de forma descomedida, despertava o olhar de condenação dos leitores e críticos mais conservadores, assim como chamava a atenção dos mecanismos de controle que buscavam regular o corpo feminino. Ademais, este estudo abordou como os mecanismos de interdição e censura direcionados à repressão de comportamentos sexuais considerados perniciosos foram problematizados em O homem e A carne. Por fim, buscou-se enfatizar, ainda, como as obras supracitadas ao mesmo tempo em que suscitaram apreensões, críticas e olhares de reprovação a determinadas noções de feminilidade promoveram e viabilizaram a difusão dos novos discursos e olhares sobre o corpo e a sexualidade feminina.