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A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE SERTANEJA NA OBRA POÉTICA INSPIRAÇÃO NORDESTINA DE PATATIVA DO ASSARÉ
Identidade sertaneja. Oralidade. Memória. Sertão. Patativa do Assaré.
Objetiva-se com este trabalho analisar a identidade sertaneja na obra Inspiração Nordestina (2003), de autoria de Patativa do Assaré, a partir dos conceitos de oralidade, memória e espaço. Para tanto, vale questionar se existe uma única identidade ou identidades sertanejas, que representações são formadas e quais sentidos são produzidos. Para responder esses questionamentos, o trabalho pauta-se em uma pesquisa qualitativa, de análise-crítica, fundamentado nos seguintes teóricos básicos: Zumthor (1993, 1997) para discutir oralidade, performance e voz; Hall (2014, 2015) para debater identidade como pluralidade, mudança e posição-de-sujeito, Woodward (2014) identidade como diferença e relação, bem como Albuquerque Júnior (2011) para discutir a identidade nordestina/sertaneja; a discussão da relação entre memória e identidade fundamenta-se em Halbwachs (2006) e Candau (2012); e Brandão (2013) para se compreender como o espaço (sertão) torna-se constitutivo da identidade sertaneja. No que tange às investigações acerca da vida e obra de Patativa do Assaré, conta-se com Carvalho (2000), Andrade (2004; 2008) e Romero (2011), além do documentário Patativa do Assaré - Ave Poesia (2007), de Rosemberg Cariry. Constatou-se que a oralidade imprime uma marca no sujeito poético que se utiliza da linguagem matuta para identificar-se como sertanejo; a memória, por sua vez, aciona as lembranças e recordações do eu lírico, recuperando as impressões que marcaram seu passado, convergindo no presente para constituir sua subjetividade. Já sertão (espaço) constitui-se como um lugar de referências para a voz poética.