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O DESENCOBRIMENTO DISCURSO DE JOÃO GRILO EM O AUTO DA COMPADECIDA
Humor. Encenação. Literatura. Instância discursiva
O Auto da Compadecida não apresenta o teatro (ou a teatralização) da vida como um museu. Verdadeiramente, a obra sugere apresentar as múltiplas formas contemporâneas do teatro transformado como experiência imediata, oferecendo ao homem moderno dramas, encenações e métodos de direção que foram desenvolvidas ao longo dos séculos. O teatro é uma representação. É uma criação artística em que o povo e sua cultura ocupam um lugar especial na encenação. A realidade nordestina não reclama um lugar, um instrumento absoluto por meio do qual a realidade regional e cultura do povo seja o ponto mais importante da obra, mas a obra sugere utilizá-la como linguagem de se (re)pensar o espaço nordestino como ponto de concepções. O humor, entendido com qualquer mensagem expressa em atos, palavras, escritos, imagens ou músicas cuja intenção é provocar o riso ou um sorriso, é uma característica social que pode ser identificada em todos os períodos históricos, desde a Antiguidade. A palavra é um elemento naturalmente ideológico, e o discurso é capaz de trazer à tona esferas ideológicas presas no subterrâneo das ideias. O fato literário se interessa diretamente pelo discurso como elemento interativo, e a manifestação mais evidente dessa interatividade é a conversação, responsável pelos parceiros se vincularem à conversação como resultado de intervenções, mas nem todo discurso está vinculado à conversação, e a literatura é um espaço que envidencia essa realidade.