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THE BLUEST EYE DE TONI MORRISON: A PRESENÇA DA AUTORIA FEMININA NEGRA NA LITERATURA AMERICANA PARA A ABORDAGEM DO INDIZÍVEL A PARTIR DE PECOLA BREEDLOVE.
Palavras-chave: Ancestralidade; Autoria feminina negra; Identidade negra; Feminismo negro; Toni Morrison.
A escrita feminina negra surge como um espaço para evidenciar assuntos silenciados e apagados pelo tempo e pelo espaço acerca de e para os corpos negros, principalmente, o feminino. Ao longo das produções escritas por mulheres negras, o isolamento acadêmico destas mulheres, como um meio segregacionista e sexista, priorizava uma academia literária sem a presença do discurso autêntico, advindo das populações minorizadas e subaternizadas. A narrativa de Toni Morrison aparece como uma escrita provocativa ao discurso que descaracteriza o povo negro, caracterizando-se como um instrumento pedagógico antirracista, feminista e anticolonialista – contrário às formas de domínio do outro. A escrita morrisoniana, apresenta-se como fonte de representação da mulher negra, positivando a imagem feminina e fortalecendo a alteridade de sua voz e a ancestralidade de suas raízes. A necessidade da discussão de The bluest eye [O olho mais azul] e do olhar para a personagem Pecola Breedlove se afirma para que ocorra, tanto a reverberação de espaços discursivos em torno da identidade negra, como o reconhecimento da autoria feminina negra em torno do não-dito em torno do povo negro. Portanto, propõe-se o presente estudo como um meio educativo para a consciência de luta em torno da subalternização do outro e como um meio de combate aos efeitos de domínio racial que perduram até os dias de hoje. Para tanto, o estudo da narrativa presente em O olho mais azul evidencia os elementos sobre a estética, a ancestralidade e a identidade negra, embasado por autores que discutem os temas, como Collins (2019), Dalcatagne (2012), DuBois (2021), Fanon (2008), Hooks (2019), Kilomba (2019), Mayberry (2021), Morrison (2019) dentre outros.