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IDENTIDADES FRAGMENTADAS E RECONSTRUÍDAS: UMA ANÁLISE DA OBRA O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS DE MIA COUTO
Memória. Identidade. Mia Couto.
O objetivo deste estudo consiste em analisar a obra O mapeador de ausências(2020) de Mia Couto, com foco na jornada introspectiva do narrador-personagem. Esse caminho é delineado pelas vivências e ressignificações do passado do protagonista, visando à reconstrução da identidade. Além disso, o estudo dá ênfase à vida de personagens que, afetados por diferentes formas de ausências – sejam elas físicas, emocionais ou sociais –, buscam conexões com o passado. O protagonista adentra os vazios deixados por experiências e memórias fragmentadas, criando um mapeamento simbólico de espaços esvaziados de significado. A trama se desenrola em meio a histórias entrelaçadas, cujas ausências refletem marcas que moldam a vida dos personagens. Diante disso, o trabalho tem como objetivo analisar o processo de reconstrução identitária na obra O mapeador de ausências (2020), de Mia Couto, a partir da rememoração do narrador-personagem. Para tanto, a pesquisa se apoia na visão de Halbwachs (2006) e Bachelard (1993) que discutem, respectivamente, memórias coletivas e espaços de vivência, sendo a memória preservada, a partir dos efeitos que ressoam nos discursos. Além disso, no eixo memória e identidade, foi relevante o diálogo com Ecléa Bosi (1999), Bergson (1999), Candau (2016) e Halbwachs (2005), focando em abordagens específicas que enriquecem nossa compreensão da relação narrador-personagem com o passado. O narrador-personagem, ao vivenciar a ausência do pai, expõe não só a falta desse ente querido, mas também o sentimento de vazio em relação à própria identidade.