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ESPAÇO E MEMÓRIA: a relação telúrica das personagens em Torto Arado, de Itamar Vieira Junior
literatura; memória; espaço; relação telúrica; fenomenologia.
O romance Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, tem conquistado lugar de destaque no cenário da literatura brasileira contemporânea, principalmente por trazer à tona as relações mais profundas que as personagens estabelecem com o espaço — a região da Chapada Diamantina, na Bahia. Assim, a espacialidade e a geograficidade se unem às manifestações da memória dessas personagens, no sentido de demarcar um lugar existencial e fundamental na terra, em uma relação telúrica. Nesse contexto, analisamos o espaço e a memória no romance Torto Arado, com enfoque nos sentimentos dos que ali vivem, por três caminhos a percorrer: apresentar visões fenomenológicas sobre os espaços e as manifestações da memória na narrativa; relacionar o homem e a terra em uma concepção telúrica; identificar elementos simbólicos e a representação da terra, Chapada Diamantina, para as personagens. Como embasamento teórico, recorremos aos pressupostos da crítica literária, na sua relação com os fenômenos do espaço e da memória, a partir dos trabalhos de Aleida Assmann (2011), Alfredo Bosi (2006), Marandola Junior, Werther Holzer e Lívia Oliveira (2014), Eric Dardel (2015), Gaston Bachelard (1993), Georg Lúkacs (2009), Jacques Le Goff (2003), Joel Candau (2011), Luís Santos e Silvan de Oliveira (2001), Martins Heidegger (1988), Maurice Halbwachs (2003), Michael Pollak (1992), Regina Dalcastagnè (2012), Yi-Fu Tuan (1983). Metodologicamente, esta pesquisa configura-se como bibliográfica, de abordagem fenomenológica, pois observamos como a memória e o espaço se mostram nos domínios da ficção.