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IDENTIDADES FRAGMENTADAS E RECONSTRUÍDAS: UMA ANÁLISE DA OBRA O MAPEADOR DE AUSÊNCIAS DE MIA COUTO
Memória. Identidade. Mia Couto.
O propósito deste estudo consiste na análise da obra O mapeador de ausências de Mia Couto com enfoque na jornada introspectiva do narrador-personagem. Este percurso é delineado pela exploração das experiências vividas e das memórias do passado, visando à reconstrução da identidade do narrador no contexto presente.
Além disso, dá ênfase na vida de personagens que, afetados por diferentes formas de ausências – sejam elas físicas, emocionais ou sociais –, buscam as conexões entre a memória e a identidade. O protagonista, adentra os vazios deixados pelas vivências e memórias fragmentadas, criando um mapeamento simbólico dos espaços esvaziados de sentido. O enredo se desdobra em meio a histórias entrelaçadas, onde as ausências não são apenas espaços vazios, mas também marcas que moldam as vidas dos personagens de maneiras complexas. Diante disso, o trabalho objetiva analisar a obra O mapeador de ausências (2020), com ênfase na relação do narrador-personagem com o passado, destacando como os eventos moldaram as reflexões sobre sua vida no presente. Nessa conjuntura, a atenção dessa pesquisa também recai sobre a relação do narrador-personagem
com a memória e a reconstrução de eventos passados. Para tanto, a pesquisa fundamenta-se na visão de Halbwachs(2006) e Bachelard (1993) que discutem, respectivamente, sobre as memórias coletivas, os espaços de convívio onde a memória é preservada e os efeitos que emitem as moradas. Ainda, no eixo memória e identidade, foi pertinente o diálogo com Ecléa Bosi (1999) , Bergson(1999), Candau (2016) e Polak (1992) concentrando-se nas abordagens específicas que enriquecem nossa compreensão da relação do narrador-personagem com o passado. Constatou-se que a obra aborda as memórias como elementos centrais da vida e que a relação entre o vazio e o sentido, e a busca por uma identidade ressoa através das páginas da narrativa.