Telefone/Ramal: | Não informado |
VOZES INSUBMISSAS NAS POÉTICAS DE AUTORIA DE MULHERES NEGRAS DO QUILOMBO LIBERDADE: interseccionalidade entre raça, classe social e gênero nas batalhas de poesia
Poetry Slam, Interseccionalidade, Decolonialidade. Quilombo Liberdade. Autoria Feminina negra.
A pesquisa ora apresentada, intitulada VOZES INSUBMISSAS NAS POÉTICAS DE AUTORIA DE MULHERES NEGRAS DO QUILOMBO LIBERDADE: interseccionalidade entre gênero, classe e raça, nas batalhas de poesia, considerou o problema da falta de espaço para publicação e publicização dos textos literários, entre estes, aqueles que fazem parte do gênero poesia, produzidos por escritoras pretas, pertencentes a classes sociais economicamente desfavorecidas, enquanto meio para disseminar as pautas do povo negro, nas periferias urbanas. Do ponto de vista metodológico, tratou-se de uma pesquisa bibliográfica e de campo, onde as poesias coletadas foram analisadas à luz dos estudos de M. Bakhtin (2003, 2011), em diálogo com a interseccionalidade, em Creenshaw (2002), os textos do Poetry Slam, produzidos por mulheres negras que dizem de si e do (a) outro (a), a partir do quilombo urbano Liberdade, localizado na periferia urbana de São Luís, capital do Maranhão. A delimitação dos corpus se deu a partir de audiências a batalhas de poesias, tendo como objetivos analisar de que forma a interseccionalidade entre raça, classe social e gênero se manifesta, por meio do discurso literário tecido pelas autoras negras, em espaços abertos, como ruas e praças, nas batalhas de poesia, elencar as tematizações presentes em eventos, denominados batalhas, a partir do lugar de fala da mulher negra; discutir as poéticas de autoria negra, do ponto de vista de sua significação e sentido, no tocante a sua redução às zonas periféricas; descrever de que forma as vozes femininas eclodem nos espaços estigmatizados, reverberando, por meio do texto literário, temas que buscam reverter a forma com que o sujeito negro é representado, em uma perspectiva decolonial, com base nos estudos de Bernardino-Costa; Maldonado-Torres e Grosfoguel (2019. Concluiu-se, pois, que o Slam, enquanto poética reverbera, o pensamento das poetas pretas que em uma perspectiva decolonial não se submetem às intempéries da necropolítica que busca subjugar corpos negros. As rimas de poesia que se realizam no Quilombo Liberdade fazem eclodir vivências, denunciando violências e estigmatizações, afirmando-se como mulheres e autoras de si e do espaço onde vivem, encontrando em espaços abertos, os locais para publicizar sua poética.