Telefone/Ramal: | Não informado |
Helenismo nos trópicos: análise da presença do helenismo na literatura brasileira pelo viés da Leitura Distante
Leitura distante. Helenismo. Literatura brasileira.
A presente pesquisa investiga a presença do helenismo na literatura brasileira pelo viés da leitura distante, prisma de estudo da literatura popularizado por Franco Moretti (2000, 2008) em um corpus disponível no meio digital (https://linguateca.pt/acesso/corpus.php?corpus=OBRAS). Nesse sentido, houve o levantamento de termos advindos da cultura helênica, formando o campo semântico "helenismo" dentro do corpus, para que fossem realizadas as análises de frequência relativa do uso dos termos por parte dos autores selecionados. Além disso, foi realizada, também, uma análise de como a cultura helênica se presentifica na linguagem empregada pelos autores em seus escritos. A seleção dos autores foi feita com base na quantidade de termos do campo semântico "helenismo", incluindo aqueles que mostravam quatro termos ou mais e excluindo os autores que apresentaram menos de quatro termos do campo semântico, tendo em vista que tal frequência não poderia representar uma presença significativa do helenismo nas obras dos autores nos textos disponíveis no OBras, o que resulta na seguinte lista de literatos: Machado de Assis, Coelho Neto, José de Alencar, Humberto de Campos, Joaquim Manuel de Macedo, Aluísio Azevedo, Euclides da Cunha, Bernardo Guimarães, Lima Barreto e Visconde de Taunay. Diante disso, buscou-se, no início, a compreensão do helenismo ao longo da história, com base nas ideias de Droysen (2010), Delumeau (1994); Momigliano (1991); Pereira (2015), dentre outros. Após isso, a respeito do helenismo na literatura brasileira, são feitas ponderações com base em autores como Veríssimo (1904); Broca (2005); Bosi (2006); Denis (1826); Magalhães (1836); Brandão (2001); Silva (2020), dentre outros. Compreendendo a questão sobre os preceitos críticos já estabelecidos sobre o tema, na parte seguinte é realizada uma abordagem crítica a respeito do estudo da literatura com o uso de ferramentas tecnológicas, a partir do que é afirmado por Capuni (2016); Santos (2003); Kirchof (2013); Brandão (2017) entre outros autores. Nas reflexões seguintes, sobre a leitura distante, foram utilizadas as ideias de Moretti (2000, 2008), Pieri (2019); Khadem (2012, Apud PIERI 2019) e Araújo (2016). A partir de tais pressupostos, realizou-se a análise na parte seguinte do trabalho. Foi percebido que analisar o fenômeno do helenismo nas letras brasileiras através da leitura distante permite ampliar as interpretações a respeito do tema, fazendo, ao mesmo tempo, que asseverações da crítica especializada sejam reiteradas e que o helenismo em certos autores seja percebido de maneira mais pertinente, além de apontar para diferentes modos e percepções de tal fenômeno tanto a partir dos critérios estabelecidos e gêneros textuais produzidos pelos literatos.