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ANNE DE GREEN GABLES: Personagem, texto, imagem e múltiplos dizeres
Anne Shirley. Romance. Adaptação. Narrativa audiovisual.
Esta dissertação tem como objetivo central verificar a transposição da personagem Anne Shirley do romance Anne de Green Glabes (1908), de L.M. Montgomery, para a narrativa audiovisual Anne com E (2017), de Moira Walley-Beckett, produzida pelo canal canadense CBC e transmitida pela plataforma de streaming Netflix. Pretende, também, possibilitar um diálogo sobre a personagem em diferentes narrativas e/ou adaptações como forma de potencializar as múltiplas leituras e dizeres por meio do texto de partida (a obra literária). Além de compreender como a referida personagem e suas características são (re)apresentadas na narrativa audiovisual, de modo a considerar os seguintes aspectos: as características físicas da personagem, seus traços feministas, seu lado obscuro e insurgente e seu extremo alcance para a imaginação. Baseia-se, teoricamente, em autores imprescindíveis nos estudos sobre adaptação: Linda Hutcheon (2013) e Robert Stam (2006), sendo possível discutir as características e os processos do fazer adaptativo e refletir sobre a questão da fidelidade. Gérad Genette (2006) como ponto de partida para se pensar as relações entre literatura, intertextualidade e adaptação. E a fortuna crítica da obra de Montgomery que foi compreendida através dos estudos de Jane Ledwell e Jean Mitchell (2013) e de sua autobiografia – O caminho Alpino: a história da minha carreira (2020). No que se refere à questão da literatura e personagem, baseia-se nas concepções teóricas de Rosenfeld (2011). A metodologia adotada, neste estudo, é bibliográfica, do tipo qualitativa. Esse diálogo entre literatura e adaptação – suscita novas produções, reforçando os dizeres, as leituras e interpretações da obra de partida. Com isso, na transposição da protagonista Anne Shirley para a narrativa cinematográfica Anne com E, os recursos utilizados na adaptação apontam para a criatividade e atualização dos temas da obra literária, como o feminismo, a insurgência e a imaginação de Anne, ou seja, esses traços da personagem concebida por Montgomery são mantidos e/ou potencializados na série criada por Moira Walley-Beckett. Além da ampliação das temáticas apresentadas no romance, com a inserção de novas personagens e debates atuais a fim de dialogar com contexto vigente.