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O CONTEXTO DA SECA E O NÃO RETIRANTE NA OBRA SÃO BERNARDO, DE GRACILIANO RAMOS: UMA ANÁLISE DO PERSONAGEM PAULO HONÓRIO
Paulo Honório. Nordestino. Memória. Não retirante
A obra São Bernardo (1997), de Graciliano Ramos, é o objeto de estudo dessa dissertação. Trata-se de um romance provocante e com muitas nuances do Sertão nordestino brasileiro: homem, espaço e movimento, particularmente. O objetivo geral da pesquisa é analisar as memórias de Paulo Honório, bem como das outras personagens, e como isso se deu na construção da narrativa. Quanto aos objetivos específicos procurou-se entender o Sertão, a seca e o sertanejo; esclarecer o perfil e o caráter de Paulo Honório, a partir das memórias que ele tem de si e dos outros; explicar a permanência do homem no Sertão, em meio a tantas adversidades. Esta é uma pesquisa bibliográfica, pautada nos estudos dialógicos entre a Literatura e Memória, demonstrando como as secas estiveram presentes na vida do povo nordestino e que em consequência dela a migração para outras localidades se tornou algo necessário para a sobrevivência. Esse movimento forçado chamou-se “retirância”. Como embasamento teórico contamos com Beatriz Sarlo (2007); J. Castro (1984); José Clemente Pozenato (1974); José Gomes Ferreira et al (2020); Hermenegildo Bastos (1998); Maurice Halbwachs (2006); Paul Ricoeur (2007); entre muitos outros. Esta pesquisa é relevante porque traz à tona uma situação experimentada por muitos nordestinos, mas pouco retratada nos registros de modo em geral, que é a bravura e permanência do homem no seu habitat, o nordestino que decidiu não se retirar.