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A produção discursiva do sujeito autobiográfico: uma análise de Os Anos, de Annie Ernaux.
Escrita de si; Autobiografia; Annie Ernaux
A modernidade abriu espaço para diversas expressões do “eu” e “variações” dos gêneros clássicos. Na literatura contemporânea, a escrita de si, a autobiografia, vem sendo amplamente estudada. Este gênero, no estilo canônico, possui foco na subjetividade e consiste em uma narrativa retrospectiva em primeira pessoa, porém, o texto autobiográfico de Annie Ernaux se autodeclara impessoal o que revela o paradoxo desde o nível da linguagem. Diante disto, o trabalho de pesquisa intitulado A Produção Discursiva do Sujeito Autobiográfico: uma análise de Os Anos, de Annie Ernaux propõe analisar de que forma o discurso é produzido pelo sujeito, identificar as peculiaridades estilísticas da autora e verificar se a obra alcança a pretensão de autobiografia impessoal. Dará suporte teórico ao presente trabalho, os estudos de Phillipe Lejeune (2014), Leonor Arfuch (2010), Diana Klinger (2012), Foucault (1992), Giovanni Levi (2017), Pierre Bourdieu (2017), autores que abordam a escrita de si e o gênero autobiográfico; Stuart Hall (2008), com o seu estudo sobre as identidades na modernidade; Walter Benjamin (1985), Roland Barthes (1984), (2004), (2015), Tereza Mendes Flores (2005), Nora Cottille- Foley (2008), que versam sobre a fotografia como forma de expressão da subjetividade; Cleudemar Alves Fernandes (2008), Eni P. Orlandi (2020), Michel Pêcheux (2015), Benveniste (1976), José Luiz Fiori (1996), estudiosos que abordam o discurso como prática linguística. Ao decorrer das análises, será observada a ocorrência ou não de elementos de cunho pessoal e impessoal com objetivo de analisar se a obra atinge o status de autobiografia impessoal como se propõe.