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A produção discursiva do sujeito autobiográfico: uma análise de Os Anos, de Annie Ernaux.
Escrita de si; autobiografia; Annie Ernaux
A modernidade abriu espaço para diversas expressões do “eu” e “variações” dos gêneros clássicos. Na literatura contemporânea a escrita de si - em especial, a autobiografia - vem sendo amplamente estudada. A autobiografia, no estilo canônico, possui a focalização da personalidade em uma narrativa retrospectiva em primeira pessoa, porém há textos autobiográficos intitulados impessoais o que demonstra o paradoxo desde o nível da linguagem. Diante disto, o trabalho de pesquisa analisa a produção discursiva do sujeito autobiográfico em Os Anos, de Annie Ernaux. A autora francesa intitula a sua obra como autobiografia impessoal narrada em terceira pessoa o que faz transbordar o conceito já consagrado deste gênero literário. A autora-personagem narra seis décadas de história que se inicia com o nascimento da escritora, em 1940, e vai até o ano de 2006. A pesquisa apresenta, inicialmente, o percurso histórico da escrita de si, propõe um panorama dessa prática de expressão do “eu”, sobretudo, na literatura, e os contornos da autobiografia. Em seguida, apresenta uma discussão sobre a fotografia como narrativa do “eu” e como esse mecanismo é apresentado na obra em cada foto descrita pela personagem. Por fim, a análise da produção discursiva desta autobiografia impessoal. A temática é abordada a partir dos estudos de Diana Klinger (2012) e Phillipe Lejeune (2014), dentre outros estudiosos que contribuíram para abordagens sobre a produção discursiva do sujeito autobiográfico.