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A REPRESENTAÇÃO DA VIOLÊNCIA EM TRÊS CONTOS DE GEOVANI MARTINS
Violência; Representação; Geovani Martins.
O objetivo desta pesquisa é analisar a representação da violência em três contos (Espiral, Rolézim e Travessia) do livro O sol na cabeça (2018), de autoria do escritor carioca Geovani Martins. As discussões aqui expostas perpassam por alguns eixos de investigação, o primeiro deles é averiguar de que forma a representação literária conduz a relação entre literatura e violência, especificando que essa junção não é algo recente na história da literatura, sendo recorrente desde as épicas gregas. O outro ponto de abordagem leva em consideração a época
de publicação da obra, a contemporaneidade, período marcado pelo intenso exercício da violência nas mais diferentes formas. Além disso, buscamos definir que a violência urbana, estritamente relacionada ao cotidiano periférico das personagens e do meio em que vivem, é a categoria que mais se destaca nos contos explorados. Nos interessa, ainda, estabelecer uma abordagem estética dos contos, a fim de percebermos de que maneira a violência é representada, especificando os caminhos estéticos e estruturais utilizados como estratégia pelo autor, tais como a fragmentação narrativa, indicada principalmente na construção dos narradores e protagonistas dos referidos contos, bem como a relação de percepção da violência por seus agentes, se esta é naturalizada ou é experienciada a partir de um lugar de estranhamento. Para tanto, utilizamos como aporte teórico pesquisadores que promovem um conhecimento interdisciplinar a respeito do tema, algo indispensável para se pensar o fenômeno da violência a partir do texto ficcional de Martins (2018). Assim, trouxemos autores que promovem discussões sobre esse aspecto dos campos da Teoria Literária, Sociologia, Filosofia, entre outros. A violência, portanto, funciona como chave de leitura dos contos e ponto de partida que proporciona uma reflexão acerca de como ela é representada contemporaneamente, indicando uma estética literária que se faz fragmentada, na intenção de repassar, através dessa estrutura, um sentimento de Brasil despedaçado, incompleto, indicando que as personagens ali descritas também não são lineares.