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A construção da memória através do espaço na obra Fazendo Ana Paz, de Ligia Bojunga
Memória. Espaço. Fazendo Ana Paz.
O processo de rememoração é indispensável para a compreensão do sujeito na sua relação com o social. Por sua vez, os espaços de vivências guardam as referências, tanto individuais quanto coletivas e contribuem para a ressignificação das lembranças. Diante disso, a presente pesquisa tem por objetivo analisar o caráter memorialístico através do espaço em Fazendo Ana Paz, de Lygia Bojunga. Como objetivos específicos, destacam-se: situar a obra Fazendo Ana Paz, de Lygia Bojunga, dentro da crítica literária contemporânea; discutir o processo de rememoração da protagonista Ana Paz, por meio da relação entre o passado e o presente; compreender como os espaços íntimos
são desencadeadores de lembranças. Para tanto, parte-se da seguinte problematização: como se dá o processo memorialístico em Fazendo Ana Paz e de que modo o espaço contribui para a construção da memória, considerando os principais eixos norteadores de sua estrutura composicional.A obra apresenta um forte teor autobiográfico, expondo as experiências de Ana Paz, protagonista da narrativa, com as sensações despertadas a partir do lugar de origem, a casa primigênia, e das relações mantidas com a família e demais sujeitos integrantes de sua história de vida. O passado e o ressurgimento das lembranças dão o tom para o enredo de Ana Paz, desdobrando as impressões
que marcaram a sua infância. Primeiramente, discute-se aspectos que contemplam a fortuna crítica acerca de Lygia Bojunga, aliado ao caráter contemporâneo de sua obra. Em seguida, propõe-se uma discussão sobre os estudos da memória e o papel do espaço na trama. Por fim, analisa-se a obra a
partir do tema proposto. A pesquisa é qualitativa, de cunho bibliográfico e traz como suporte teórico os estudos que se baseiam nas concepções da crítica literária, da perspectiva do contemporâneo, embasadas por Agamben (2009), Schollhammer (2009), Pellegrini (2007), assim como nas teorias da memória fundamentadas na visão de Bergson (1999) e Halbwachs (2006); sobre o espaço, a pesquisa pauta-se em Bachelard (2008) e Brandão (2013), dentre outros estudiosos que dispõem de abordagens significativas para o entendimento da relação entre memória e espaço. Constata-se que, tanto a memória quanto o espaço, participam ativamente do processo de reconhecimento de si por meio das experiências, fato este desdobrado em Fazendo Ana Paz, cuja protagonista traça o caminho de volta ao passado, tendo as lembranças impactos no presente da rememoração.