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A construção da memória através do espaço na obra Fazendo Ana Paz de Ligia Bojunga
Memória. Espaço. Fazendo Ana Paz.
O processo de rememoração é indispensável para a compreensão do sujeito na sua relação com o social. Por sua vez, os espaços de vivências guardam as referências, tanto individuais quanto coletivas e contribuem para a ressignificação das lembranças. Diante disso, a presente pesquisa tem por objetivo analisar o caráter memorialístico através do espaço em Fazendo Ana Paz, de Lygia Bojunga. A obra apresenta um forte teor autobiográfico, expondo as experiências de Ana Paz, protagonista da narrativa, com as sensações despertadas a partir do lugar de origem, a casa primigênia, e das relações mantidas com a família e demais sujeitos integrantes de sua história de vida. O passado e o ressurgimento das lembranças dão o tom para o enredo de Ana Paz, desdobrando as impressões que marcaram a sua infância. Primeiramente, discutir-se-á aspectos que contemplam a fortuna crítica acerca de Lygia Bojunga, aliado ao caráter contemporâneo de sua obra. Em seguida, propõe-se uma discussão sobre os estudos da memória e o papel do espaço na trama. Por fim, será feita a análise da obra a partir do tema proposto. A pesquisa é qualitativa, de cunho bibliográfico e traz como suporte teórico os estudos que se baseiam nas concepções da crítica literária, assim como nas teorias da memória fundamentadas na visão de Bergson (1999) e Halbwachs (2006); sobre o espaço, a pesquisa pauta-se em Bachelard (2008) e Brandão (2013), dentre outros estudiosos que dispõem de abordagens significativas para o entendimento da relação entre memória e espaço. Constata-se, preliminarmente, que tanto a memória quanto o espaço participam ativamente do processo de reconhecimento de si por meio das experiências, fato este desdobrado em Fazendo Ana Paz, cuja protagonista traça o caminho de volta ao passado, tendo as lembranças impactos no presente da rememoração.