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A RELAÇÃO DO TEMPO E DA MEMÓRIA NA CONSTRUÇÃO DA
NARRATIVA “RABO DE FOGUETE - OS ANOS DE EXÍLIO”
ditadura militar; exílios; autoficção; memória e tempo.
Esta pesquisa buscou abordar os exílios gullarianos decorrentes dos regimes militares instalados nos países do cone sul pelos quais o poeta percorreu na condição de clandestino, com ênfase no Brasil. Nessa direção, procuramos identificar na obra Rabo de foguete – Os anos de exílio as implicações desse desterramento no que confere a tessitura de uma obra amplamente voltada aos relatos confessionais e exílicos, rememorados por meio da escrita com teor testemunhal. Sob o viés do tempo, a narrativa conta com uma tríade de vozes em que o poeta autoficciona-se em decorrência de um lapso temporal tão presente na Literatura Testemunhal e decorrente de um
choque de proporções individual e coletiva. Desse modo, foram discutidos conceitos de memória na relação com a história e o tempo, bem como voltada para a rememoração do trauma a partir de Maurice Halbwachs, Éclea Bosi, Paul Ricouer e Michael Pollak; no que se refere às narrativas autoficcionais recorremos à Diana Klinger, Leyla Perrone-Moisés, Leonor Arfuch e Antonio Candido; quanto a Literatura Testemunhal voltada ao trauma e desterros valemo-nos de Selligmann-Silva e Denise Rollemberg; sobre o tempo que incide nessa narrativa Beatriz Sarlo e ainda Leonor Arfuch. Atrelada a perspectiva do tempo, posicionaremos a narrativa de Gullar em uma formação
discursiva que lhe permite transitar nas filiações-históricas adquiridas no pós-trauma (Pêcheux).