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BOTÃO DE ROSA: uma visão absurda do direito no insólito ficcional de Murilo Rubião
Fantástico. Realismo mágico. Absurdo. Direito.
Neste trabalho, propõe-se uma análise do conto “Botão-de-Rosa” do escritor mineiro Murilo Rubião, onde se pretende, pela abordagem do gênero fantástico, analisar a presença do direito como instituição responsável pela perpetuação do absurdo da condição humana na obra deste autor. A narrativa de Rubião tende ao chamado “fantástico contemporâneo”, e ao movimento da vanguarda hispano-americana. Fazendo uso dos acontecimentos cotidianos, onde o insólito é aceito naturalmente pelos protagonistas, a presença do absurdo é evidenciada pela atmosfera sufocante e opressora, pela irracionalidade e pelo desencantamento e solidão que conduzem os personagens na busca de um sentido quase sempre ausente. Em Botão-de-Rosa, Rubião nos apresenta a história do personagem homônimo, vítima das instituições sociais absurdas de seu tempo. Ao longo da narrativa, Botão de Rosa é preso, julgado e condenado por um sistema judiciário parcial e corrupto, cujo funcionamento ele ignorava completamente. Como um Joseph K. ele se vê entregue nas mãos dessa justiça que decidirá o seu destino, condenando-o, por fim, à pena de morte. Para a abordagem da temática do Absurdo, faremos uso, neste trabalho, das teorias presentes, principalmente, nas obras “O estrangeiro” e “O mito de Sisifo” do escritor e filósofo franco-argelino Albert Camus, para quem a definição de absurdo diz respeito ao confronto da irracionalidade do mundo com o desejo de clareza e racionalidade que se encontra presente no homem; além da utilização de obras de outros escritores como Jean Paul Sartre, Franz Kafka, Giorgio Agamben e Michel Foucault, destacando-se as características que apontam essa tendência absurda dentro da construção da narrativa fantástica no conto de Murilo Rubião.