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POR UMA ESTILÍSTICA TRAVESTI: uma análise da putagrafia de Amara Moira, em E se eu fosse pura
Escrita de si; putagrafia; E se eu fosse pura. Autorepresentação.
A presente pesquisa é uma análise da acerca da obra E se eu fosse pura, de Amara Moira. Nesse sentido, pretende-se caracterizar a mulher prostituta e travesti na perspectiva histórico-social e suas relações com a obra, analisar como a escrita de si permite vislumbrar tanto o protagonismo de uma alteridade corporal historicamente expurgada dos espaços de poder, em especial, o literário, quanto as múltiplas violências por ela sofridas. Desta forma, intenta-se refletir sobre as (auto) representações sociais da travesti e prostituta presentes na literatura, em especial a brasileira e analisar a estilística putagráfica da travesti Amara Moira em sua obra E se eu fosse pura e como ela contribui para a produção literária contemporânea. Para a produção dessa pesquisa, busca-se suporte teórico inicialmente nos trabalhos de Karine de Medeiros Ribeiro (2020); Margareth Rago (2013); Paul Beatriz Preciado (2014) e Monique Prada (2018). Além disso, recorre-se também a vários campos do conhecimento, desde a Teoria Literária aos estudos sociais e culturais que versam sobre a temática da travestilidade e prostituição em outros contextos. Publicada em 2016, o livro de Amara Moira é composto por 44 textos, entre crônicas e poemas, publicados originalmente em blogs e relatos a partir de suas experiências com a prostituição, seu processo de transição e sua proposta política de resistência. Diante disso, este estudo foca-se na análise das falas marginalizadas das travestis e transexuais na literatura, compreendendo como se autorrepresentam a mulher travesti e prostituta na obra E se eu fosse pura, de Amara Moira, suas percepções e vivências, assim como o enfrentamento social e político na qual está narrativa procura se inscrever.